domingo, 22 de março de 2009
Pessoas a sua vidas
Quarta-feira, 18 de março de 2009.
22:44h
Estou em meu quarto e reflito. Reflito há algum tempo. Há bastante tempo. O que quero dizer? Não sei ao certo. Muitas coisas, mas que também podem ser ditas com meu silêncio.
Existem coisas que são muito difíceis de fazerem sentido. Acredito que quando esses questionamentos acontecem é porque de fato eles têm algum sentido, só que nossa capacidade intelectual, ou mesmo as nossas reações químicas, ignorância, não nos permite compreender. O sofrimento é uma escolha? E a felicidade? Se acreditarmos, que escolhemos sermos felizes, então o sofrimento também é uma escolha. Compartilho da opinião que o livre-arbítrio é uma das mais fantásticas ferramentas para a evolução do ser humano. Então se eu escolho a felicidade (claro, não sou besta) porque me angustio com algumas relações humanas? Porque sofro de amor, dor, cor, flor?
As relações humanas são orgânicas, vivas! Transformam-se e desenvolvem-se da mesma maneira que uma planta, fungo, ou animal. Através da nossa mais importante ferramenta, o livre-arbítrio, vamos moldando este “ser”, esta vida. É claro que na maioria das vezes (para não ser absolutista usando o sempre) não temos consciência de que o tempo todo estamos fazendo escolhas. De certa forma, acho que racionalizar todas nossas ações perderia a organicidade da relação.
Então, “porque me angustio com algumas relações humanas?”. Mesmo depois de ter feito minhas escolhas e estar certo do que quero (a certeza é perigosamente cega). Tal qual a relação humana, acredito que o sofrimento é uma fonte de evolução. Não me refiro ao sofrimento “banal”, a qual sabemos o seu por que. Mas ao sofrimento que liberta, emancipa. O que é incompreensível ao nosso intelecto-sensitivo, o que nos desafia, por não sabermos. Sofro e continuarei a sofrer enquanto continuar vivendo, amando e acreditando nas pessoas. Sofrerei sempre que este, o sofrimento, me alforria das pequenezas que envenenam a relação humana. E assim, tenho a felicidade por mim eleita.
J. Compasso
Trilha: Beirut – Elephant Gun
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