segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Reinventar

E mais um dia sorrio diante da imensidão da vida. Problemas? Dificuldades? Todos enfrentarão, assim é a vida, meu amigo, cheia de altos e baixos. É preciso sentir dor, é preciso sentir alegria. Tudo é aprendizado. Metaforicamente a dor é como uma boa gripe, que depois das noites febris e delirantes, nos torna mais fortes. E esse mesmo vírus que há tempos atrás nos fez mal, terá que se reinventar para nos atacar de novo, porque ganhamos imunidade contra ele. E ele se reinventará, pode ter certeza disso. Nem uma, nem dez vezes, mas milhares. E assim é a vida, meu amigo, cheia de altos e baixos, de sorrisos e lágrimas. Porém, nós possuímos uma ferramenta incrível que é exclusiva do ser humano: o livre arbítrio. Assim, escolhemos todos os dias. Tipos de roupa, com ou sem barba, o que comer, tirar ou não aquela sonequinha a tarde. Esse poder de decisão também está diretamente ligado com a forma que encaramos a vida. Sofrer ou não? “This is the question”. Como havia dito no começo, existem sofrimentos que estão inerentes a nossa vontade de querer “senti-los”, e isso nos faz aprender, ou não (livre arbítrio). Mas a grande maioria das queixas ou problemas que escuto de meus colegas, são opcionais, “criados” por eles mesmos. Reinvente-se, mude o chip, aprenda que existem vários pontos de vista ante a mesma obra, escolha sorrir. Na viajem da vida temos duas opções, padecer ou resignar e sorrir! O ônibus já esta andando, não deixe para escolher no ponto chegada.

J.Compasso

Music: Rasga o Coraçao – Villa-Lobos

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Como uma flor...

A mão que afaga é a mesma que agride

Da boca que saem flores, em outro momento são como bocas de canhão

A casa é o lar perfeito e idealizado, mas a noite se torna no último lugar em que gostarias de estar

Durante o dia são marido, namorado, ou ex´s e nas sombras da noite são assassinos, covardes, fracos

Quando eu era garoto tínhamos uma casa muito grande e nela um gigantesco jardim bem cuidado pelos meus pais. Hoje que vejo a nossa antiga casa, a julgo pequena, e reflito como as coisas têm um tamanho relativo diante de nossas circunstancias. As tardes de domingo eram memoráveis. Eu e minhas irmãs ficávamos com meus pais que praticavam sábias horas de jardinagem. Certo dia, vi uma rosa e me impressionei. Meu pai costumava dizer que "a mulher é como uma flor que diante de tanta beleza e encantamento, somos incapazes de fazer algo a esse ser que nos desperta tanto prazer". Fiquei paralisado e todos os dias que chegava do colégio passava alguns longos segundos namorando a mesma. Em uma dessas idas e vindas, ousei tocá-la e sem me dar conta, depois de acariciar suas pétolas sentir uma dor incrível. Havia me furado com seus espinho. No momento da dor, da ira, minha vontade era de esmagá-la. Eu podia fazê-lo, era muito maior e tinha força. Porém, antes que deixasse ser levado pelo meu impulso, lembrei dos ensinamentos do meu pai e do que ele falou da rosa, “e se um dia essa mesma rosa nos causar danos com seus espinhos, lembremos das felicidades que ela já nos propocionou.”
A mulher é um ser fantástico, dotada de uma responsabilidade incrível, dar a vida. Não a violência de gênero.

Dia mundial de combate contra a violência do gênero – 25/11/2011

J. Compasso

Music: Mil Perdoes - Chico buarque

terça-feira, 4 de outubro de 2011

You can try...

Why are there wars, when all defend the peace speech?
Why are there tears when everyone wants to smile?
Why do I see hate in your eyes, when everybody just want to love and to be love?
I´m a dreamer. And you?

J. Compasso

Music: Imagine - John Lennon

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Alfaiate criador de sonhos - Cansaço

Não dormira bem. As noites calorosas de verão o faziam dar voltas na cama, fugindo do calor produzido pelo seu corpo no colchão. Após de uma longa batalha, cansado desfalecia, muitas vezes depois de um banho frio. Verdade que às cinco horas da matina (horário que estava acostumado a acordar) a brisa do mar chegava através de sua janela como uma matrona o colocando para dormir. Seus sonhos não poderiam ser os melhores, porque dentro de poucas horas acordará para as obrigações diárias. Aquele dia não seria igual aos outros. Sentia uma angustia tão fina dentro do peito, que lhe faltava ar. A sensação de descompasso o acompanhou durante todo o seu dia. E apenas sumira depois de longas horas de pranto. Não conseguia compreender o ser humano, a sociedade em que vivia. A sociedade injusta, desleal, desumana. Estava triste com as atrocidades e discrepâncias de atos que via diariamente na sociedade. Seria ele um E.T.? o único a enxergar fatos tão nítidos e irracionais? Não, definitivamente não. Não precisava ser um médico para constatar que o mundo estava doente e a enfermidade se chamava desumanidade...

J. Compasso

Music: Eu só quero o que é meu - Ponto de Equilibrio
Book: Cien Años de Soledad - Gabriel Garcia Marquez

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Alfaiate criador de sonhos - Descaminhos

Havia estado disperso, lograva com mais intensidade e de uma forma diferente o que há muito creia o ter controlado. Um desejo mais primitivo e de alguma forma, contrários ao que regia sua vida, o fazia seguir outro caminho. Existia uma constante disputa entre esse desejo primitivo que o consumia e o desejo mais pleno e não tão atrativo a primeira instancia. É bem verdade que ao plantar sonhos (desejo pleno), com o passar do tempo o tornará um desejo arrebatador. Mas agora era uma batalha sofrida, buscava com todas as forças voltar ao caminho que desejará para si, mas ao que só pertence a terra, pesava em sua carne, lhe transformando em um fraco. Olhou-se no espelho, do banheiro de azulejos brancos, depois de molhar o rosto e por alguns segundos viu sua vida passar. Houve muitas oportunidades de fazer diferente, porém também havia plantado muitos sonhos. Desejará infinitivamente continuar sua lavoura. Do passado só poderia tirar a lição, quanto ao presente e ao futuro eram folhas em branco frente aos seus mais puros desejos de ser novamente sua essência.

J. Compasso

Música: Paper Aeroplane - Angus and Julia Stone

sábado, 11 de junho de 2011

O alfaiate criador de sonhos I

Após uma tarde e uma noite de trabalho duro, terminara o traje que fizera sob o pedido de urgência da Sra. Lucrécia. Esta estava a serviço do seu padrão, um Senhor de posses, que apesar de sua posição social não abandonara o corte do simples alfaiate.
O velho homem estava exausto da noite de labor, no relógio de parede marcavam 7:14 da matina. Foi a sua pequena cozinha e o fez um café preto, forte, que contrastara com o branco fundo da xícara. Por alguns segundos esteve estático, observando seu mundo através da fumaça que se esvaía no espaço. Seus dedos calejados pelo excesso de trabalho aproveitavam o calor da quente xícara a fim de aliviar a dor que sentira. Além da dor, sentia plenitude. Olhava a través de sua pequena janela, a vida se fazer presente e se sentia vivo. Não demorou muito até a Sra. Lucrécia chegar com seus habituais vestidos de bolinhas que fazia graça ao Alfaiate. Entregou a encomenda e com ela seu amor entrelaçado em suas linhas. A Sra. Lucrécia, nem sequer poderia imaginar que carregava um sonho. Assim, o alfaiate fazia o seu verdadeiro labor, plantar sonhos.

J. Compasso

Música: La noye - Yann Tiersen

domingo, 3 de abril de 2011

O alfaiate criador de sonhos

E assim, se passaram meses...o ano havia voado diante dos seus olhos e a cada ano passado, mais reflexivo ficava. Procurava não transparecer essa reflexão, porque muitas vezes foi confudida, pelos seus, como algo de enfermo, ou mesmo misterioso. Porém, os efeitos desta estavam estampados em seus olhos. Não chegara a nenhuma conclusão clara, era algo um pouco esfumaçado. Um misto de sentimentalidades que em alguns momentos o fazia chorar e ser radical. Suas agulhas entravam delicadamente no tecido gris e aos poucos a linha vermelha dava forma ao seu labor diário. Queria mais, queria poder voar. Estava feliz com seu baixo rendimento mensal, não desejara riqueza material, era um homem simples, tampouco espiritual, se achava rico de bons sentimentos. Mas desejara algo que não sabia defini-lo, desejara...voar. E isso o incomodava.

J. Compasso

Música: O atirador - Lenine
Filme: Comer, Rezar e Amar (Eat, pray and love) - Dir. Ryan Murphy. 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A volta dos desesperados


Como voltar sem se desesperar?
Fazer sem sofrer, morrer sem coçar, viver sem chorar?

A volta pertence única e exclusivamente aqueles que foram. Voltar é um estado de transe, transitório, é a ida, a volta, o caminho. A relação temporal também define uma volta, dependendo do tempo e da urgência da coisa.

A volta dos aventureros, dos engenheiros, loucos, enamorados e bobos; "a volta"! Essa palavra tão singular, sonora e simples perpetua-se no coração de quem espera. E quem espera é um refém lúdico da volta. Um aliciado do tempo, que em muitos casos se perde na linha imaginativa de desejos.

A única forma de se desgarrar da volta é não esperar. Não esperar nada em troca, não esperar uma continuidade, um favor, um abraço. Porém, fazer! fazer um carinho, uma delicadeza, um ato de solidariedade e amor. Assim, não terás "voltas", mas presentes inesperados, entregues a te com um coração. E tudo será novo, leve e livre das amarras da cobrança, troca, cambio, volta.

João Compasso

Leitura: Dramaturgia teatral de F. García Lorca
Música: Beirut - Scenic World
Foto: Woodstock 69 - Life