sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Tempos claros, idos, calmos, agitados


A natureza da instabilidade é algo que incrivelmente o impressiona. Por ser algo natural não deveria impressioná-lo, e pelo mesmo motivo o inquieta; - como isso pode ser visto como algo natural?
O ser humano é um ser de estados e isso é natural. Mas as oscilações mais freqüentes e radicais estimulam mudanças de comportamento que em certos estados, pode ir de encontro até mesmo com os seus princípios mais intocáveis. A grande verdade é que ele não se conhece em sua ingenuidade. A reflexão de sua volubilidade o assusta, principalmente por não sentir medo. Ele encontra-se com o seu EU desconhecido (ou escondido?). É preciso conhecê-lo para controlá-lo.

J. Compasso

Vitrola: Jesus, walk with me – Club 8
Foto do filme Into the wild - Dir. Sean Penn (2007)

Agradecimento especial à Gazeta dos Blogueiros - http://www.gazetadosblogueiros.com - por premiar meus vagos devaneios com o prêmio Destaque GB!

sábado, 24 de outubro de 2009

Passion


Texto de 10/2004

VIVER apaixonado cada MomenTo; ver o SOL se por; ver o sol nascer EspErandO, Sozinho, uma OnDa PERFEITA às 5 da MaTiNa...tomar um açai depois do surf; da forma CORUJA que minha MÃE me trata...ChoColaTE com MorangO; deitar na Telha para VER o BRILHO das Estrelas; champagnhe com lagosta; TAPIOCA na Sé...estar com meus AMIGOS, pois é a FAMÍLIA que me foi PermItIdo escolher; salmão com um bom cabernet sauvignon...DURMIR abraçadinho; respirar e sentira VIDA...

VIAJAR;

IncensO; ARTE; o CHEIRO de chegar em CASA; O OlhAR dO mEu PAI...Uma Ducha Quente; recIFE; massagem a beira da praia...cinema, TeaTro; escutar o SOM das ondas; caminhar na PraiA e SENTIR a água...

viver, EscrEvEr e SONHAR...

ler as poesias de Vinicius, FERNANDO Pessoa, LER um bom livro; Errar e Aprender; AMAR as pessoas incondicionAlmente, e se me PERGUNTAREM se valeu a pena poder DiZer que
tudo vale a pena se a alma nao é pequena*


* Fernando Pessoa

J. Compasso

Foto by Kk Compasso
Vitrola: Shelter - Xavier Rudd

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cotidiano nostálgico


Ele acorda e já esta em sua realidade planejada, aonde agora a executa. O frio matinal traz um ar bucólico, suas primeiras atividades adentram a tarde e tomam todo o seu dia. Organiza o seu quarto em cada minúcia, é fascinado pelo detalhe. Põe algumas roupas para lavar na máquina que pouco conhece, faz seu café da manhã e o come sozinho na mesa redonda da sala. Escova os seus dentes e se observa diferente no espelho luminoso que parece falar. Estende suas roupas no varal, engraxa alguns sapatos e outros apenas os limpa. Põe o seu novo avental e se aventura na cozinha, aonde descobre o que sempre acreditou sentir, prazer em cozinhar. O faz com alegria, entusiasmo de aprendiz e ganha algumas cicatrizes devido à falta de manejo com as facas. Passa suas roupas, as guarda e finalmente faz o que mais ama, escrever.

Vitrola: “Her Morning Elegance” – Oren Lavie

J. Compasso

terça-feira, 13 de outubro de 2009

30 a 2



É estranho, mas trinta de setembro que antes tinha um significado claro, agora é confuso em seus sentimentos. É estranho comemorar o nascimento com a ausência, e por se triste nesta data seria ir de encontro com os ensinamentos do seu grande mestre. Havia ensinado a serenidade da morte tão claramente que não ousara sentir tristeza, porém não pudera se sentir feliz como nos outros anos. Então como uma criança não soube distinguir o que sentia frente aos seus dois únicos referencias de sentimento, tristeza e felicidade. Pôs se reflexivo e logo surgiu a nostalgia e com ela as lágrimas de felicidade por ter vivido momentos tão maravilhosos e únicos com aquele que julga ser supremo mesmo com suas aparentes imperfeições. Dois dias depois completara um ano de sua ausência física, pouco tempo para tantos sentimentos ainda instáveis. Desta vez buscou colocar-se em conexão e agradeceu pela oportunidade de tê-lo como amigo, pai, mestre.

J.Compasso

Vitrola: “September Song” – Frank Sinatra
Foto: J. Compasso