sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Como uma flor...

A mão que afaga é a mesma que agride

Da boca que saem flores, em outro momento são como bocas de canhão

A casa é o lar perfeito e idealizado, mas a noite se torna no último lugar em que gostarias de estar

Durante o dia são marido, namorado, ou ex´s e nas sombras da noite são assassinos, covardes, fracos

Quando eu era garoto tínhamos uma casa muito grande e nela um gigantesco jardim bem cuidado pelos meus pais. Hoje que vejo a nossa antiga casa, a julgo pequena, e reflito como as coisas têm um tamanho relativo diante de nossas circunstancias. As tardes de domingo eram memoráveis. Eu e minhas irmãs ficávamos com meus pais que praticavam sábias horas de jardinagem. Certo dia, vi uma rosa e me impressionei. Meu pai costumava dizer que "a mulher é como uma flor que diante de tanta beleza e encantamento, somos incapazes de fazer algo a esse ser que nos desperta tanto prazer". Fiquei paralisado e todos os dias que chegava do colégio passava alguns longos segundos namorando a mesma. Em uma dessas idas e vindas, ousei tocá-la e sem me dar conta, depois de acariciar suas pétolas sentir uma dor incrível. Havia me furado com seus espinho. No momento da dor, da ira, minha vontade era de esmagá-la. Eu podia fazê-lo, era muito maior e tinha força. Porém, antes que deixasse ser levado pelo meu impulso, lembrei dos ensinamentos do meu pai e do que ele falou da rosa, “e se um dia essa mesma rosa nos causar danos com seus espinhos, lembremos das felicidades que ela já nos propocionou.”
A mulher é um ser fantástico, dotada de uma responsabilidade incrível, dar a vida. Não a violência de gênero.

Dia mundial de combate contra a violência do gênero – 25/11/2011

J. Compasso

Music: Mil Perdoes - Chico buarque