sexta-feira, 27 de março de 2009

Na minha natureza Selvagem


Quinta-feira, 19 de março de 2009.
16:21h


O que você quer da vida? Para que estamos aqui na terra? Vocês podem achar que ando um pouco reflexivo, pelo texto de ontem e por essas minhas perguntas, mas os questionamentos sempre estiveram em mim, apenas estou mais latente. O que vejo hoje é que as pessoas nascem como se tivessem sido programadas. E este programação é em busca de um conforto, uma segurança para viver. Então, nascemos e nossos pais se matam de trabalhar para nos colocar no melhor colégio. Durante todo esse tempo a nos é cobrado às melhores notas a fim de que possamos estudar nas melhores universidades. Durante a faculdade a cobrança dos pais já não é tão incidente, porque eles acreditam que já “fizeram sua parte”. Depois disso, já temos a consciência incutida por nossos pais, reflexo da sociedade. Então, fazemos a universidade pensando em acabar, arrumar um dos melhores empregos para podermos ganhar muito dinheiro e principalmente gastar muito dinheiro. E depois, é a hora casar e ter filhos e trabalhar bastante para que eles possam seguir esse ciclo. E a nossa vida se resume a este ciclo de existência. Será que somos só isso? Será que o que podemos dar de melhor aos nossos filhos são colégios excelentes e ausência? Será que essa febre consumista traz realmente a felicidade?
Antes que concebam qualquer tipo de julgamento, vos digo que acredito sim que a formação escolar é essencial para o ser humano social. Assim, como acredito ser fundamental a formação humana, social, crítica de qualquer ser vivo. É mister se conhecer, constituir o auto-conhecimento. E seria impossível atingi-lo sem entrar em contato com a natureza, sem entrar em contato com o outro. É para isso é preciso desfazer de amarras competitivas. É preciso se permitir a observar um por do sol, a fechar os olhos e sentir prazer ao sentir o vento em seu rosto, a um banho de mar, ou rio.
Porém, para nos conhecermos de verdade é preciso mais. É preciso nos tornarmos mais vulneráveis. Viaje só, e veja como você fica mais perceptível ao outro e as coisas que giram em seu redor. Lembro-me quanto fiz meu primeiro “mochilão”, as pessoas me achavam um louco, porque eu não sabia meu destino, viajava só e sem celular. E respondia que não era loucura, porque a qualquer momento eu poderia ir ao aeroporto mais próximo e voltar para casa (afinal estava munido de cartão de crédito), ou ligaria para os meus pais. A viajem me acrescentou muito, me senti mais vulnerável, mas hoje vejo que era uma vulnerabilidade falsa, porque eu tinha dinheiro e cartões de créditos.
Não estou defendendo o extremismo, que devemos sair pela rua, nus. Acredito que naquela época, aquele foi o meu limite. E ao chegarmos ao nosso limite, ao vencermos o medo, nos tornamos maiores e conseqüentemente nos conheceremos melhores. Conheceremos ao outro melhor e a partir daí poderemos tudo. É preciso viver. E viver, é por se em risco. Só conheceremos mais de nós mesmos, se caminharmos por regiões nunca habitadas. Só nos conheceremos, se desafiarmos nossos limites.
Sugiro que desvende-se e renasça.

J. Compasso

Trilha: Eddie Vedder - Hard Sun
Sugestão de Filme: Na natureza selvagem (Into the wild - 2007)

2 comentários:

  1. Correr riscos é uma questão de coragem...
    Viver é se expor, arcar com as dores e as delícias à nossa volta.
    Belo texto!

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  2. Daiii Jhonny....

    Falar em mochilão, a Zimba te aguarda de braços abertos hein. A casa azul ta lá, firme e forte. A praia da vila continua dando um show todo dia e todos os pinheiros que tu gostou tanto também né
    aeheuheauheauheauh.

    abração

    Abração

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