sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ventos verdes, ventos fortes, ventos saudosos



Hoje ele acordou e respirou o ar mais puro, o ar da vida, o ar verde. Aquele combustível entrava em seu corpo e o saudava com vida. Seus olhos se perdiam no horizonte alado. São terrenos irregulares, na sua maioria verde, em diversos tons. Casebres ao longe se misturam com casarões. A vida aqui é simples e saudável. Dorme-se cedo, acorda-se ao som dos animais, eles ditam o ritmo. Após se levantar, molhou seu corpo num delicioso banho. Não, não eram águas de uma cachoeira, nem mesmo de um límpido lago, tomara banho em um chuveiro, porém, ao som dos ditos animais. Em sua companhia, a melhor e a que desejara para aquele momento bucólico e especial. Como a muito não faziam, se banharam e se cuidaram. Era um momento que já vivera muitas vezes, portanto até rotineiro, porém por ter-se passado alguns meses longe, existia algo diferente. Soube em momentos como este que já não era a mesma coisa. Não que o achasse ruim, mas diferente. A estranheza desta situação o fez refletir.

Depois de um café da manhã maravilhoso com pessoas que o fazem feliz, caminhou com sua registradora digital até a varanda. Pouco tempo depois eles caminhavam explorando as minúcias da mata. Muitos momentos registrados, muitas vidas invadidas pelo seu olhar digital, momentos dentre milhares que foram escolhidos para se tornarem únicos na sua lente. Assim o fez, comeram frutas, analisaram tipos de folhas e frutos, tentaram interagir com todos os tipos de animais, desde os minúsculos insetos até perus e cães. As cores impressionavam eles, pareciam que nunca tinham estado ali antes, era um mundo inventado, criado, real.

A leveza infantil também se fazia presente com lindos cachinhos de mel a balançar nos ventos verdes. A chuva que é tão bela como o sol, dividiu o dia com este, lhe cabendo a tardezinha. Suas gotas o molhavam. Caiam desordenadamente no seu corpo e aos poucos o preenchiam. Ele curtira esse momento cinzento, ele vivera cada cor. A água da chuva tinha um cheiro peculiar, ela conseguia reunir o odor da terra molhada, do mato e do seu corpo. Estava completo, ele era esse misto, a natureza o era.

J. Compasso

Trilha - Cafe del Mar

3 comentários:

  1. Que lindas e sensiveis palavras encontrei aqui; Então, q seja eterno o amor! Vc tb gosta de açai! Eu adoro. Mas, aqui onde estou isso não existe. So q é temporario. Afinal, a vida é tão temporaria,né? so o amor é eterno.
    té breve, João

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  2. Quanta leveza! Esse texto me lembra uma canção, "Vilarejo". Conheces? Acho que era lá que "ele" estava...

    http://www.kboing.com.br/script/radioonline/radio/player.php?musica=41190&op=1&rd=375604

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  3. ai que saudade de me enfiar no mato e sentir tudo isso na pele.

    por onde você anda, lindo?

    o que tem feito?

    beijos verdes e frescos

    MM.

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