quinta-feira, 21 de maio de 2009

Na Sala do Dentista




Não tenho medo de dentista. Medo no meu entender é nada menos do que estar frente ao desconhecido. E não é esse o meu caso, eu conhecia muito bem eles, na verdade, tenho um “certo trauma” devido minha história dentária. Usei cerca de 8 anos aparelho, tive um dentista militar sanguinário que iria com freqüência quando criança e adolescente. Até que cansei, arranquei o aparelho, mudei de dentista que escolhi a dedo, e nunca mais tinha ido a um, a não ser no meu amigo bigode para um excelente clareamento (recomendo para quem desejar, me peçam o contato).

Para enfatizar esse meu trauma, resguardei esse parágrafo para vocês não terem a falsa impressão de que se tratava de falta de coragem. Eu sempre fui um menino muito treloso, já levei vários pontos, (um deles costuraram quase no cru, porque não tinham anestesia certa), fratura exposta da cartilagem, operações, ou seja, fui muito levado e sempre gostei dessa emoção, não tenho o menor receio com bisturi ou agulha (fiz um tratamento de 6 meses que tomava medicação injetável toda semana). Mas o “Zzzziiiiiiihhh...” do motor do dentista me dá arrepios.

Pois bem, eis que o meu terceiro molar nascerá quase que deitado e seria inevitável não tira-lo. Retardei o quanto pude, até que enchi o peito de coragem, conversei com um colega que era um dos melhores neste procedimento (confiança é tudo) e fui hoje a tarde retirar este dente que não sei por que existe. Cheguei tranqüilo, estava confiante, mas só foi deitar na cadeira que a suadeira começou. O ar estava ligado em sua potencia máxima, mas o nervosismo me fazia transpirar muito.

O plano dele, era quebrar meu dente em dois com a broca e depois retira-lo, na teoria parecia fácil. A anestesia foi tranqüila apesar de sentir uns “choques”. Por culpa da minha querida mãe que sempre nos obrigou a tomar muito leite, “faz bem para os ossos e dentes”, o meu dente parecia uma pedra de tão duro. Isso fez com que ele quebrasse em três pedaços. Até na hora de costurar,deve dificuldade pela rigidez da minha gengiva; “eita! Que até a tua gengiva é dura, bicho”, como não sentia mais nada, tudo bem! Tentei manter o meu equilíbrio sempre, mesmo sentido um pouco de dor.

No fim, estava mais suado do que quando jogo futebol. Foi uma hora de agonia. O dentista foi fabuloso, ele é muito bom, sei que toda a complicação estava dentro de minha cabeça. No fim, pedi para levar os 3 pedaços enormes de dente, ao chegar em casa, nostalgicamente repeti o ritual que fazia ao arrancar meus dentes de leite. Acompanhado do chavão; “São longuinho, são longão, leve esse dente podre e traga outro são” (na verdade depois informei a são longuinho que não tinha necessidade de trazer outro, que ele não me leve a mal), fiz três pedidos. Comprei muito sorvete, separei uma sessão de filmes e me dedicarei ao colchão. E esperar 7 dias para novo sofrimento, quando retirarei o outro.

Homenagem aos meus melhores amigos dentistas: Rodrigo Sales (vulgo Bigode) e Vinícius Vasconcelos (vulgo mago ou vininha).

J. Compasso

Trilha - Novos Baianos Futebol Club

Um comentário:

  1. Hahahaha!!! Dentista militar sanguinário é ótimo!!!
    Próxima vez prepara uma trilha massa no MP3, coloca no volume máximo, fecha os olhos e tenta esquecer o "Ziiiiiiiiiiiim" insuportável.
    Lembre-se que tudo é psicológico. Deve ser resistência...

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