sexta-feira, 22 de maio de 2009

Nudança


Ultimamente tenho me assustado com a busca incessante que as pessoas empregam em suas mudanças. Vejo um desespero nesta busca que desencadeia um profundo desrespeito ao seu ser primitivo.

A busca geralmente começa pelo universo exterior. A primeira coisa que as mulheres fazem é cortar ou pintar o cabelo, para sentirem que realmente mudaram. Os homens se afundam em saídas diárias e desesperadas, fazem milhares de melhores amigos em um único dia, saem loucos atrás de mulheres, bebidas e cigarros, as mulheres infelizmente também seguem essa linha. É algo inerente ao sexo, é a mesma busca.

Penso no que leva a pessoa a transformar totalmente seus hábitos. Será que eram tão infelizes, que no primeiro momento que puderam se libertaram dos seus antigos costumes? Será que toda essa necessidade súbita nunca existiu em anos de vida, para desflorarem do nada? E o que sempre existiu, aonde esta agora? Entristece-me tudo isso.

Acredito que a mudança é algo que deve partir de dentro para fora e nunca o seu contrário. Deve ser serena e respeitar seu eu verdadeiro, sem atropelos. Existimos antes de tudo. E a essa existência, que foi construída durante todos os anos da nossa vida é que deve ser respeitada. Só assim mudaremos verdadeiramente.

Para mim a mudança deve ter a mesma leveza que dançar nu.

Um comentário:

  1. Ou de tomar banho de mar nu (outra sensação mais natural do mundo)...
    Em uma era "presenteísta", na qual tudo o que importa é viver o agora, sem olhar muito pra trás, a gente se sente meio na obrigação de fazer tudo ao mesmo tempo, ser tudo isso junto, exercer seu vários eus. Só que, nessa urgência, a essência acaba se perdendo. E o que sobra é o risco de se tornar um ninguém que não vai a lugar nenhum...

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