quarta-feira, 13 de maio de 2009

Quarto de Hotel


Ele tem dificuldades para dormir na sua primeira noite. Certo de que essa dificuldade não provem de um possível estranhamento do local e sim, pela angústia perseguidora que policia todos os seus atos. Vira de um lado a outro em uma cama box enorme, procura um caimento, uma posição, abraça o segundo travesseiro, experimenta ele entre as pernas, movimento. São quase três horas da manhã, e nem mesmo aquela proposital cerveja gelada tomada antes de dormir, o faz. O cansaço é inversamente proporcional com seu sono.

Depois de se acostumar com a escuridão a ponto de poder enxergar, sem saber ao certo como aconteceu, acorda com o despertador do celular. Hora de trabalhar. Neste momento existe um misto entre o cansaço, que continua enorme e o sono, que o fez valer. Um banho revigorante o faz bem. Ao tomar um bom café, sente-se muito bem e pronto para fazer o que mais ama, o seu trabalho. Por muitos momentos e intercessões, parecia que havia dado um Stand by na sua companheira angústia. Teria finalmente aliviado suas tensões?

Ao final do dia, se sentia realizado pelo seu trabalho e pelos positivos comentários. Não era uma felicidade eufórica, mas sim serena. Não estava completo, no fundo sabia e tentará se enganar.

Trilha – Arnaldo Antunes – Ao vivo no Estúdio
Foto – João Compasso

2 comentários:

  1. Lembra do mantra? "Tudo é uma questão de manter: a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo".
    Estou de volta. Já estava com saudade dos seus textos.
    Beijos

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  2. Querido... elogiado não... A MULÉSTIA!!
    Reivente sempre, você é um artista da sua vida, não tente se enganar, é FATO! Alivie-se, sorria, se ensandesça de amor e que essa pobrecita angústia virá apenas vanguardiar alguns pequenos momentos, acredite! Foi ótimo ter te conhecido. MUITA LUZ!

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