segunda-feira, 4 de maio de 2009

A única certeza


A morte é um ato que me faz pensar. Não posso omitir o fato, de que quando esta acontece depois de: nascermos, crescermos, procriarmos (boa essa fase), e envelhecermos, e quando não é provocada por alguém, ou por uma doença que seja bastante penosa e que se arrasta por anos, é vista por mim como mais uma etapa de um ciclo. Já provou isto Saramago em sua belíssima obra, “As intermitências da morte”. Procuro encará-la como algo natural, e na maior parte das vezes consigo vê-la assim.

Porém é fato que nós seres humanos e principalmente, nós os latinos, temos sentimentos que não nos conforta esse racionalismo quase cético. Nossas lembranças e o sentimento que nutrimos por quem parte é algo que nos embala, no mínimo, em um ritmo nostálgico. Por mais que não tenhamos contato direto com o falecido, algo nos toca se sabíamos quem era, e principalmente se admirávamos quem partiu.

Augusto Boal foi um precursor do teatro brasileiro e mundial. Criou o chamado teatro do oprimido e teatro invisível, além de ser responsável por um grande acervo literário, entre artigos e livros. Diretor, dramaturgo, ensaísta, humano. Com seu teatro viajou o mundo e em áreas mais pobres, como a áfrica, transformou realidades. Possuindo o teatro como ferramenta de emancipação política, atuou no sistema prisional, educação e em outros tantos de responsabilidade social. Usou o teatro sempre como um utensílio de transformação social.

Felizmente tive a oportunidade de assistir uma palestra com ele e trocar algumas idéias. Endossando a minha primeira frase, “A morte é um ato que me faz pensar”. Penso e reflito a grandiosidade deste homem e sua contribuição no meio teatral e principalmente na sociedade.

+ 02/05/2009

J. Compasso

Trilha – My Way (Frank Sinatra)
Leitura – As intermitências da morte (José Saramago)
Película – Amor além da vida (1998); Dir. Vincent Ward

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